..............................................................A vida é TESÃO!....................................................................






terça-feira, 9 de agosto de 2011

Suicídio doloso!

Com o coração cheio de certezas e a cabeça fleumática, à velocidade da luz: Parti!

Obstinada. Amiga de Matilde, mirei no chapéu e acertei o cérebro do diabo.
Não olhei para trás, porque o único sangue existente ali, estava nos meus olhos furiosos.
Furei o espaço e o tempo no possante do Sr Bigodon, e fui ao extremo norte.
Queria dizer poesia, metaforizar o significado das coisas, brincar sinestesicamente com palavras e significados. Significado vem de história, processo. O significado das coisas é a história que elas carregam.
E a minha história ali, bicho, não foi uma poesia. Foi um épico massacre!

Meu significado hoje talvez seja um sentimentalismo nostálgico: a perda de uma serva que labutou tão dedicada, crente e obedientemente de cabeça baixa, oferecendo-lhes habilidades servis além do estipulado pelos senhores feudais.
Mas agora não sirvo mais, pois o circo é de variedades e não de aberrações e horrores. E todo aquele que não age conforme o grande costume é, assim deve estar no dicionário de Matilde, uma aberração.

Entretanto mesmo massacrada e com o corpo falecendo, devia implorar para que fosse alforriada.
Devia chorar, esbravejar, soluçar, indignar para receber algumas batatas para comer de agora em diante....
Mas meu corpo insensível, insoso, inertemente paralítico e falecendo me indicou uma interpretação mais stanislawiskiana. Com um olhar mais frio, de cinema eu. Nunca me identifiquei assim ! Mas é nos extremos que eu me rasgo mais!!!

Maliciosamente observando o Sr Cumpridão querendo falar de olhar para as transformações nas relações humanas, fui furando furiosa e quieta os caminhos que levavam a Senhora Feudal às suas estratégias cosmogônicas de desvio da realidade do fato que lhe é apontado na sua cara de cavalo.

Entreguei-lhe a bandeja com a minha cabeça, o corpo curvado, sem esforço. Ela tocou a língua e levou o dedo à boca baforenta, parou para criar a estratégia rápida e disse:
- O que acha de um pouquinho mais de sal? Deixar curtir mais?
Sorri amarela e docemente, com a cara irônica e sádica que aprendi em todos esses cursos não acadêmicos que fizera ali, na fazenda, e respondi:
- É prá já. Disponha.
E parti, num parto apertado!

Um comentário:

  1. "Se eles são Exú, eu sou Iemanjá"

    Matilde fleumática escorrega por debaixo da porta enquanto me dói as víceras.

    Meu pai diz, que não tem coisa mais fedida que um curtume.

    Adoro seu cheiro ruim.

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